OS POSITIVOS

meditação solitária

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Como André Oliveira, "escrevo de acordo com aquilo que sinto e vejo, consoante a minha experiência e as ilações que vou tirando disto de estar vivo." Ao contrário dele, as nossas experiências e ilações são para manter pessoais, mas onde podemos partilhar ao mundo, aqui fica a nossa divulgação.

Jeremy Keith começa-nos o dia com uma proposta de plugin para browsers que automaticamente substitua a palavra "meditar" por "masturbar":

When reading tweetstorms, Medium thinkpieces, or self-help books from Silicon Valley types, a fun thing to do is replace the word "meditate" with "masturbate." Try it! It really works:

"Meditation is often thought of as calming, relaxing, and a detox of all the noise in the world. That’s not vipassana. It’s extremely painful and demanding physical and mental work. I wasn’t expecting any of that my first time last year. Even tougher this year as I went deeper."

I kind of want to make a browser extension to do it automatically. https://t.co/HylsskXsnP
in Jeremy Keith (@adactio) 9 dez 2018

Fazendo a prova, transcrevemos o primeiro parágrafo da entrevista com André Oliveira hoje publicada até onde é engraçado seguir a substituição de palavras/sentidos, destaque nosso:

Conduzir, a par de coisas ainda mais triviais como, por exemplo, estar no duche, é algo meditativo e catártico para mim. Consigo estar em silêncio, só com os meus pensamentos, a realizar uma actividade mecânica e que não necessita de grande raciocínio. Assim, perco-me no passado, em realidades paralelas e em ensaios para o futuro.
in "André Oliveira" 10 dez 2018

Com pontos extra por o fazer no carro a caminho de casa com o mesma à vontade que o faz no duche. O Jeremy tem razão: funny as shit. E ainda que se arrisque perder a imagem inicial, o excerto anterior conclui o acto de meditar com um deambular de ideias que se intrometem ao momento:

Um dia, no caminho para casa, comecei a pensar nas várias relações pessoais que tive, nas que tenho hoje, e nas pessoas com quem me fui incompatibilizando ao longo do meu percurso. Situações de ruptura, outras mais difíceis de definir, algumas por minha culpa e outras nem por isso.
in "André Oliveira" 10 dez 2018

"Living Will #1" de André Oliveira e Joana Afonso

Só insistimos além do ponto de ser engraçado porque estes devaneios da imaginação entre trivialidades são a living proof que estamos perante "um dos mais importantes argumentistas de banda desenhada actuais no nosso país": esses kinks são a matéria da qual podíamos escrever guiões!

Note to self: ain’t that our thing?

Feito o release, humorístico, "catártico para mim", o momento da falsa vergonha pudica que se segue: apesar de ignorarmos as suas edições há algum tempo queremos convencer-vos a apoiar a carreira do autor. De certa forma, uma resposta ao seu repto a propósito dos "Living Will":

Se gostam do que fizemos, por favor comprem. É um gesto de apreço e de carinho.
in "André Oliveira" 10 dez 2018

Não podemos dizer que gostamos — julgo que não passámos do primeiro — mas gostamos do formato, da ideia por detrás, do esforço feito, pelo que queremos fazer-lhe este gesto de carinho, se bem que noutro lado: é sem entusiasmo ou intenções de leitura cuidada do seu recente "Almanaque" 12 maio 2018 que recomendamos o objecto à vossa atenção, é-nos uma das peças-chave do ano editorial que termina pela orgia de autores que reúne neste.

André Diniz, Rui Lacas, Phermad, Bernardo Majer, Pedro Serpa, João Lam, Nuno Frias, Afonso Ferreira, João Vasco leal, Luís Louro, Patrícia Furtado, Miguel Andrade, Daniela Viçoso, Tiago Lobo Pimentel, Selma Pimentel, Filipe Andrade, Darsy Fernandes, Catarina Paulo, João Sequeira, David Cerqueira, Susana Resende, Susa Monteiro e Marta Teives.
in "Almanaque" 25 out 2018

Err, sem maldade, a expressão atrás não foi feliz. Fechamos, happy endings all around, divulgação feita: OS POSITIVOS, a dar uma mãozinha.

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