às raízes cada um

“Onde estão as raízes de cada um?” Não queres saber. Mas se perguntas, puxamos esse penso rápido, rapidinho. “No derradeiro volume desta série neste formato” registamos efeméride à timeline, ainda aborrecidos quando o primeiro desse formato lhes cortou o ímpeto à edição online e que entretanto lá encontrou caminho ao seu canal ISSUU abril, três anos depois da sua edição original e nossa regurgitação.
Pelos “autores de um estúdio de que podemos dizer sem exagero que é ‘a’ casa da banda desenhada no nosso país”— claim de que já fizemos notas antes, não vamos repetir —, repetimos do press release ipsis verbis como manda a tradição entre compadres:
O estúdio passou por muitas mudanças e alterações, saíram alguns artistas, outros ingressaram no estúdio, alguns estrearam-se na BD pela primeira vez, os três volumes anteriores receberam uma mão-cheia de nomeações para os Galardões do Comic- Con e os Prémios Nacionais de BD da Amadora, tendo vencido dois Galardões e um Prémio PNBD, e a colecção foi distinguida também com a edição de um volume antológico que recolhe histórias dos vários volumes, em modo best of.
in "RAÍZES: The Lisbon Studio Series, vol. 4" jun
...e continua mas aqui tomados daquela má vontade (*) Não é má vontade senhores, mas se não vos conseguimos convencer vamos chafurdar na dita. que nos conhecem. Citamos clássico eterno em todas-as-coisas-bd-pt:
Dependendo da natureza da interacção que se tem com a banda desenhada, o panorama nacional parece alternar entre o suportável e o deplorável, na justa medida em que consigamos identificar qual o papel que cada um desempenha nesse processo: autores e críticos tendem a estar entre os que emanam a última opinião, do outro lado os leitores tendem a suportar a banda desenhada que encontram nas prateleiras dos estabelecimentos comerciais. A discrepância no julgamento é atribuível às expectativas daqueles cujo retorno do investimento realizado — seja material ou moral — carece ano após ano e acumula em prejuízos de valores – materiais e morais. Editor, autor ou crítico esforçam-se nas suas competências por erguer um mercado que todavia resiste aos seus melhores empreendimentos e consegue evitar materializar-se em números concretos, recorrentes, ou sequer dignos de menção. A angústia destes agentes é tanto mais sentida quanto é a sua convicção de que, pelas regras ou talvez mesmo contra estas, esse mercado se deveria prostrar à sua graça.
Finalmente (...) é necessário não esquecer a esquizofrenia de discurso dos agentes de BD nacional. Encarnando os que mais vocalizam a sua insatisfação perante fado que têm a braços, serão também os primeiros a refutar em uníssono a mesma constatação quando esta é apontada por elementos exteriores ao colectivo sancionado. As reacções melindram-se no enumerar de colectâneas, exposições, prémios ou publicações estrangeiras como legitimadoras do meio, na sua complexa história de artefactos e factos coloridos, nas crónicas, reportagens ou notícias que se manifestam nos media, algumas das quais inclusive até redigidas por jornalistas sem ligações aos autores. Logicamente, no seguimento de todo o seu raciocínio, não é a BD portuguesa que está mal, mas os seus leitores.
in Real Nós 2010
Mas... diz que não.
Versão curta, perguntem na terrinha pelo estúdio lá da capital, puxem desses galardões e falem-lhes da história-a-caminho-da-lenda, espera-vos um encolher de ombros com um “quem?”
...não muito longe de um quê com um porquê: “banda desenhada? és paneleiro agora?” Terrinha: quando o urbano-cosmopolita em ti precisa de um wake ao contrário.

