OS POSITIVOS

read, draw, drink, fight/fuck

hum... esta página é antiga (2022): lê o disclaimer ou procura outra mais recente

(sobre zines)

Os nossos desejos de jolly season. Não é escapismo, é activismo e fazemos-vos caso-e-moral de fim-de-ano com introdução de livro alheio na intersecção de culturas cruzadas: vândalos da variante punk anarquista que não estranhamos nem entranhamos.

We don’t want the kind of nihilism that makes it hard to get out of bed in the morning — we want the kind that keeps people out all night causing trouble.

Our ideal subculture isn’t a coterie of artists — it’s more like a network of underclass gangs in which everyone has a band, a zine, or at least a criminal record. The art isn’t just what’s happening on the stage — it’s the designs people inscribe on their jackets and shirts and bodies, the dancing and kissing and fighting and vandalism.
in "Smash The System! Punk Anarchism as a Culture of Resistance" 2022

Da arte de ser punk, departimos aos pontos:

For starters, then, we’ll set our point of departure in the creative arts: music, fashion, design, graffiti, writing, photography, petty crime.These are fundamentally affirmative even when they express anger and despair — and the start-up costs are pretty low. Put the music front and center, so literacy isn’t a barrier. Aesthetically, we’ll want it raw and disruptive. Throw out all claims to expertise; make a clean sweep of the classics. [...] Economically, if we can’t unilaterally break with the capitalist mode of production, let’s build in some norms to counteract its effects, a loathing of profiteering and all things corporate, a do-it-yourself ethic. Place all the emphasis on things that can’t be bought. If that means an embattled discourse about “authenticity,” so be it.
in "Smash The System! Punk Anarchism as a Culture of Resistance" 2022

Autenticidade, lembram-se? OS POSITIVOS: aquilo atrás, aos quadrados. Não vos recomendamos o livro (434 páginas de scene-report e outros ensaios) porque não o leremos, à razão que o próprio reconhece (*) "a self-education society without instructors, ranks, or lesson plans (...) in which each generation makes its own mistakes and charts its own path": não queremos cábulas, faremos todas as eternas asneiras como se fossemos os seus primeiros.

De resto, cremos que vamos na mesma página:

To understand why punk plateaued in the early 21st century, we have to recognize the ways that it anticipated and then was subsumed by the online networks, participatory models, and volatile identities of the Digital Age.
in "Smash The System! Punk Anarchism as a Culture of Resistance" 2022

Falta da página, ie. Façamos o nosso state-of-the-scene-report em zines, já se passou mais de um minuto desde o último.

Mortos, enterrados. Pelo menos como os imaginamos quando fechamos olhos. O zine foi, no passado, numa era dominada pela televisão estatal, rádio e imprensa, o único canal possível. Da sorte da televisão, rádio e imprensa estamos conversados, e com eles o zine foi ultrapassado em alternativas imediatas, globais. O recurso às fotocópias foi justamente isso, um recurso, o possível num determinado momento do tempo e estágio tecnológico. Perdura hoje mais feitio, menos formato. Sobrevivem – prosperam? – os fanzines artsy et al, que nada devem ao baratucho da fotocópia agrafada. Não sendo apologistas do rasco como finalidade, não reclamamos dos avanços em desktop publishing nem snobamos designers que insistem no formato pela glória do mesmo, mas lamentamos que o rasco como meio foi esvaziado pelas redes sociais e – contrariamente à tendência optimista que notávamos na década anterior – metade da razão de ser do zine. Estes nunca foram apenas um meio de expressão, era-lhes inerente uma imperatividade na divulgação(*) vide OS POSITIVOS, feitos para o umbigo, e no entanto alguns de vcs estarão a receber em casa por estes dias um certo A5 porque os zines não se querem na gaveta (quem não o recebeu é convidado a trocar umas palavras azedas com o carteiro...). Hélas, na sua iteração actual das redes sociais servem mais adequadamente a urgência de comunicação, sobrando aos zines o papel – pun! – de pívia criativa. As redes fazem o resto, é por lá que os punks (se) seguem. Talvez soluções como o Mastodon retornem as massas à open web como a sonhámos em finais de '90, então retomaremos caminho interrompido. Entretanto "if that means an embattled discourse about 'authenticity,' so be it", embattlement é parte da razão de sermos. As outras no título acima.

puttin' on weight