Hawk, de André Oliveira e Osvaldo Medina, Sepultura dos Pais de David Soares e André Coelho, Zombie de Marcos Mendes, + 2 de Topedro

Queremos que idealizem neste mesmo espaço em lugar das palavras que se seguem uma crítica tão magnificente quanto na vossa benevolência querer crer ou conseguir alcançar. Nessa crónica — tão eloquente ou mesquinha quanto a imaginarem — acompanhamos o leitor pela mensura de aptidões que os autores assinalados logram em produzir nas suas obras, avaliando-as — invariavelmente... — no plano da sua narrativa, e desta opinando sobre a finalidade das mesmas — distintas nos extremos, mas que procuramos unir por ténues elos de afinidade intercalares que se estendem gradualmente, comparando o incomparável, i.e.: a genialidade da nossa crítica.
O nosso itinerário literário inicia-se com a) "Hawk", de André Oliveira e Osvaldo Medina, porque, enfim, temos de começar em algum lado e devemos sempre bater no ceguinho. Enquanto peça, realcemos a sua aposta na legibilidade da mesma, na imediaticidade da forma, no uso do óbvio, nas previsibilidade de intenções — intencionais ou não. E tentemos garantir-lhe um spin positivo por essa ambivalência para contrariar a certeza das nossas impressões — noblesse oblige da critica nacional...
Definida a base e a pretexto de ambiguidade prosseguimos com b) "Sepultura dos Pais" de David Soares e André Coelho a exemplo de uma outra intenção de escrita às quais conjeturemos prováveis asserções sobre a sofisticação propagandeada na comparação ao primeiro exemplo. Utilizamos agora termos mais negros, associamos texturas e brutidão, falamos de uma frieza de emoções e sexo, cerramos com parágrafos sobre monstros e a condição humana...
Aaaaaainda ficcionais.
Neste ponto utilizamos um qualquer subterfúgio literário para introduzir no seguimento da monstruosidade humana o título do terceiro livro, c) "Zombie" de Marcos Mendes (*)O prémio de “best prose 2015” é-nos atribuído nessa passagem..
Continuando: destacando o significativo desvio no eixo ficção / real, confrontamos com as duas narrativas anteriores e teorizamos o estado da arte em autobiografia em BD — um must na crítica especializada —, mencionamos OS POSITIVOS como curiosidade cuja referência escapa ao alcance dos nativos, relembramos o “Diário Rasgado” para inchar mais palavras-chave à crónica para Google indexar, e provavelmente pelo meio encaixamos a nossa opinião pessoal sobre o que pensamos da coincidência de autoria, desenho e argumento e demais consequências inerentes.
Definido o espaço próprio desse registo e cruzada a fronteira anterior, iniciamos com as similitudes mas salientamos diferenças para com dois livros de d)Topedro. Acautelamos o que os distingue das restantes obras do autor e celebramos as suas continuidades, salientamos o poético, o fragmentado, o simbólico que lhe permitem um cabimento igualmente próprio na nossa exposição do espectro da BD nacional recente destinada a um público adulto.
No término desta, analisadas as particularidades de cada livro tecemos com igual preponderância considerações sobre o que as une e separa, conciliamos as suas conexões num raciocínio inteligente e original que construímos baseado nas nossas impressões preconcebidas de livros que não lemos — ver nota! —, para no seu final lhes atribuirmos mais valias que induzam no leitor uma imensa curiosidade pelas peças revistas, simultaneamente enriquecendo a bibliografia do tema e contribuído para o adiantar da arte no que à nossa circunstância respeita.
Mas.
Tal exercício não se pôde realizar: chegámos ao final da season.
Parece que tenho que voltar para LX quatro dias mais cedo do que o previsto, well that sucks.
Alás, nem tudo são más notícias.
Julgamos ter cumprido com os objectivos propostos com a nossa rúbrica COMICS! et al. Acrescentámos neste curto período de tempo 15 páginas, ± 6 297 palavras, 40 005 caracteres e 135 parágrafos — fora ilustrações — à dita bibliografa de análise crítica da BD contemporânea nacional, o que, considerando a penúria da mesma, perfaz um pico generoso de atividade para investigadores futuros se indagarem sobre. No processo esperamos ter consolidado uma atitude mais crítica em relação à... crítica. E essas duas foram por vocês. De nada.
Porque somos tudo menos altruístas aproveitámos o exercício para análise dos próprios P+ ainda que ninguém o tenha compreendido. Essa foi por nós.
No final iniciámos ainda um projecto de webcomics que iremos continuar sempre e quando nos parecer adequado — e considerando o material — não faltarão ocasiões :) Todos os COMICS! et al. e mais alguns inéditos que não publicámos anteriormente aqui.
Notas de rodapé:
Não se arranja um subsídio do Estado para fazemos da crítica um full time job? A BD precisa de nós, podíamos fazer isto todo o dia...
A crónica aqui descrita parece-nos bastante válida, mas confessamos que não lemos nenhum dos livros em questão: a) quando nos decidimos a fazer o nosso summer project não nos precavemos a tempo; b) continuamos a adiar ad eternum a leitura deste autor por descoincidência de temas mas temo-lo como uma certeza na nossa biblioteca quando numa qualquer feira se proporcionar uma coincidência de, uh, valores; c) quando esta crónica for publicada, provavelmente já o lemos; d) não especificamos porque não nos lembramos quais — ainda hoje nos martirizamos por os termos protelado quando os tivemos nas mãos — dumb-dumb-dumb...

wrappin' it all up and heading home — what we could have achieved is legend!