OS POSITIVOS

e depois?

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50 anos de fanzines de bd em Portugal

propostas culturais da semana 2022

Assinala-se por estes dias meio século de edição de fanzines de banda desenhada em Portugal. Apesar da data redonda, o momento não é propício a grandes euforias ou comemorações, pois a edição de fanzines em Portugal está moribunda, apesar de algumas honrosas e esporádicas excepções.
in "1972 / 2022: 50 anos de fanzines de banda desenhada em Portugal - E agora?" 26 ago 2022

Não o disseram mas sabemos que nos têm na ponta da língua em excepções. Anyhoos, outra feira do Livro onde não sujámos as mãos: a penúria das bancas habituais motivou-nos apenas a visita pelos sítios digitais, de onde vos trazemos a única novidade digna de registo, a evidência da diatribe que iniciámos em "Fanzines" 2012, vinte anos atrás. Segue-se intro / mashup:

Depois de algum fulgor registado nos anos 70 e 80, o movimento fanzinista começa a decair gradualmente a partir dos anos 90, tendo vindo a definhar no novo milénio, [...] substituídos no quotidiano por formas de entretenimento mais modernas [...] e muito especialmente pela internet. [...] Lamentavelmente, as novas gerações estão a esvair a sua energia da arena política e cultural e a aplicá-la somente nas redes sociais para o respetivo círculo fechado de amigos.
in "1972 / 2022: 50 anos de fanzines de banda desenhada em Portugal - E agora?" 26 ago 2022

A peça reanima um outro cadáver moribundo, o comentário em blog. O mais reconhecido rosto da Chilli e o autor do texto acima trocam par de notas rápidas, uma prática da web-ós-esfera tão rara hoje em dia como o fanzine de BD com o correio. Um ano e muitos meses depois de nos despedirmos da cena cómica-tornada-comedida com nosso último estado da arte ("a arte da crítica aberta que desaparece da web") com uma advertência aos teens por vir ("banda desenhada, no espaço entre o tempo que não lhe damos e a expectativa que nos tem"), o eventual reacionário e editor associado lamentam i) a falta de crítica (excepções honrosas ao LerBD e "o futuro jornal da CCC, 'Carne para Canhão' que 'tá a ser uma estucha produzir por falta de participação"), ii) a promessa incumprida do fanzine bd ("acredito convictamente que os fanzines poderiam contribuir para insuflar a BD e a cultura com alguma vida, [...] gerando múltiplas ignições de novidade, de talento, de inconformismo e ousadia") e iii) a falta de tempo que sobra à dita ("gostaria de comentar tudo com mais tempo e pensamento mas não dá... aliás, parece que é uma característica dos nossos tempos, a falta de tempo").

Senhores, "numa sociedade que se esquece de tudo" (Farrajota 2022), OS POSITIVOS estarão cá (*) para vos desenhar o que escreverem no centenário por vir.


*) A não ser que não.

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