OS POSITIVOS

fabrincando histórias

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Pensar "banda desenhada" escapou-nos por muito. Quando arrumámos teses, catalogámos entradas e destacaram-se sobremaneira entre referências e citações uma tríade de autores: Jacques Barzun, Bertrand Russel, Charles Taylor. Estes não seriam caminhos óbvios para quem se propôs explorar os webcomix et punx, talvez daí o prazer do percurso feito: história e filosofia política do conforto de muitos cadeirões, cultura rasteira cruzada a alguma sociologia de bolso, repudiação de gatekeepings de toda a espécie, do geral abstracto para o particular e intransmissível.

Arte, evitámos, que em si também é uma arte. Aquilo dos meios para fins vs. a contemplação estética exigiu-nos abordagens à construção de discursos que rapidamente nos arredou de assombros re/finados (*) Onde o rastilho do desassossego social começar nas galerias ou museus daremos outra atenção às artes: não lhe negamos valor, só urgências.: o conteúdo é paramount, mas primeiro asseguremos canais, que, ao caso, estão entre o efémero e descartável, tal-qualmente acessível e generalizado. O seu armadilhar para revoluções maiores obrigou-nos a julgar a sociedade que temos, e julgamentativos (*) Inventámos: se a linguagem não suporta argumentos, não mudamos argumentos, criamos novas linguagens. como somos, recusámos fazê-lo em doutrina com qualquer cátedra, pensámos o tempo dos outros ao nosso ritmo.

O i) "punx" da equação disparou em várias atitudes, e o zeitgeist, sempre generoso, enredou-nos por clássicos do pensamento ocidental numa sequência que nunca iremos alisar. Retrocedemos aos helénicos com Aristóteles e os dois da turma, seguimos afloramentos por aí acima com Descartes, Espinosa, Kant, David Hume, Hobbes, Locke & Rosseau, Adam Smith, Jeremy Bentham, John Stuart Mill, John Rawls, misturados com Henry David Thoreau, os primos Proudhon, Bakunin e Kropotkin, actualizados num Peter Singer, documentados por Gene Sharp ou James C. Scott, recitados por Osbert Sitwell com nuances linguísticas por George Orwell e outras mais bratish por Dick Hedbige. Roger Scrunton entreteu-nos, Mark Fisher enterneceu-nos. Deste lado da mancha marcharam em parada prussianos como Marx ou Nietzsche, atirámos pedras a Carl Schmitt, o Freud piscou-nos olho, muitos outros impronunciáveis demasiado extensos estenderam o espírito de Georg Wilhelm Friedrich Hegel em mais direcções que nos importou seguir. Entre francos e spaniards revisitámos várias vezes diferentes séculos na companhia de Ferdinand Lot, René Rémond, Manuel Castells, salpicados com dizeres que não estranhámos nem entranhámos de Francis Fukuyama de eras pós-históricas, Eric Hobbsman de eras extremas ou um Marc Bloch medieval, e toda a erudição popularizada de uns Jared Diamond, Shoshana Zuboff, Walter Scheidel, Chris Harman, Jeremy Gilbert, Jonathan Holslag, Michael Mann ---etcétera. Contornamos a pandilha curricular, os Adorno, Althusser, Barthes, Baudrillard, Bourdieu, Derrida, Fiske, Gramsci, Stuart Hall, Jenkins, Marcuse, os Deleuze e Guattari, Hardt e Negri, Laclau e Mouffe, T.S. Eliot, o Frederic Jameson, Foucault Lacan Žižek, Lyotard yadda, o eternamente adiado Walter Benjamin que continuamos a guardar para ocasião especial, e usámos de todos diferentes combinações para espreitar atrás de outras tantas portas. Noutras teses teríamos que empilhar mil referências obscuras com autoridades aclamadas da contracultura a sancionar as ditas para validação, justamente a única investigação que não nos importou provar: não procurámos nada, antes lançámos velas ao vento e deixámos que esse nos levasse a visitar qualquer porto onde calhássemos fundear par de dias. É possível que tenhamos feito a viagem deitados na rede com um pé de fora a arrastar-se na água, não dizemos, mas foi-nos uma expedição prazenteira e nunca faltou alimento à alma. Ancorados em cada cais, procurámos ler os jornais. Nos ii) "web-" olhámos quase exclusivamente aos media com dois middle fingers a qualquer ref directa: anonimizamos artigos assinados, registámos as modas pelas suas tendências, por cima do espectro de consentimentos fabricados que lhes paira, consentimos nada. Se recorremos a terceiros quando não estivemos lá, ninguém nos substitui em leituras do aqui e agora para impressões na primeira pessoa. Desembaraçados destes tantos que nenhum sentido particular nos cumprem por um índice retorcido ao sabor das vontades, gradualmente as nossas conclusões consolidaram-se numa só: autenticidade. Em coerência à dita, serão só nossas, mas quase a fechar mais este capítulo dOS POSITIVOS notamos que também nesta meta, sobrepomos metas. For tha hardcore então, os iii) "-comix" do enunciado: não tivemos que supor muito destes, eles supõem mais de nós.


Não é um final muito arrebatador para vcs, compreendemos. Shiiit, senhores, mas será que a BD dos outros o é, entre adultos, ie? Talvez lhes devêssemos perguntar. Mas essa, é outra história. Comin' up next!

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