OS POSITIVOS

freud explixa

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Do estudo dos P+

i) Segue-se introspeção nos inner workings dOS POSITIVOS. ii) Importa a ninguém, quiça algum argumentista que queira evitar armadilhas freudinanas nos seus escritos. iii) Obrigamo-nos à sua publicação, mas as regras do jogo não nos exigem facilitismos nessa, um loophole a abusar.


Há três anos publicamos os últimos três zines duma série que se pretende recorrente. Paragem não intencional, tomámo-la como uma hibernação de hiatos ainda desconhecidos a retomar num futuro próximo, mas aguçou-nos curiosidade a demora nessa interrupção e seguimos à sua releitura com as suspeitas habituais de quem se acostumou a encontrar razões algumas camadas abaixo do óbvio. Surpresa-surpresa, nessa missão de arqueologia psicanalítica descobrimos-lhe os processos de sempre at work no seu substrato (*) Sometimes, it’s just spooky.. Partilhamos descoberta sem revelar spoilers, somente a mecânica que o denuncia: repetição, e diferença.

...Previously XII jan 2018 XIII maio 2018 & XIV out 2018

No Planeta Fanzine não é invulgar interromper edições e saltar para outras séries ou one-offs, é da natureza do meio, e uma realidade que abraçamos nos P+. Gostamos de entrosar linhas de tempo e enviesar séries, e entre essas os ...Previously foram intencionados como os agregadores de todas as suas histórias, mesmo se a sua cronologia é também ela intencionalmente desordenada – está no nome, senhores. Seguindo norma publicámos muitos outros comics pelo caminho, alguns reunidos no ano passado em outros três zines (*) "three is a magic number" também distribuídos entre os peeps como nova trilogia. Ie, nunca sentimos a necessidade de retomar fio à meada — "baralhar e dar de novo"? — daqueles três ...P (XII, XIII e XIV) que gradualmente consolidaram-se como algo mais definitivo do que pretendido. Actually, viemos a percebê-los como uma mini-série, outra trilogia dentro da série maior, agrupada por um tema tão bem disfarçado que iludiu o seu próprio criador até recentemente.

Criados com intervalos de meses entre si e outras peças pelo meio, cada qual com o seu próprio intuito, a sua leitura divide-se aos gentios como good fun humor e aos mais cínicos com vários gimmicks escondidos para outros sentidos, com pistas no final de cada para o extra-além. Citamos de um dos small print de então:

Reconheste um padrão? Se desconfias de layers, conheces os teus P+: outros sentidos que apenas se insinuam no seu binge reading não páram longe. A história que acabaste de ler vem com bagagem, mas não estamos no hábito de a partilhar sem luta.
in Real Nós:junk food for tha soul 17 out 2018

Irónico: nós próprios só reconhecemos o padrão que hoje vos trazemos entre os três zines depois do mesmíssimo binge reading que recomendávamos a terceiros. Duplamente irónico, porque usámos – inconscientemente: pontos a dobrar! – o mesmíssimo gimmick que já usámos mil vezes antes. Talvez tanta repetição se tenha tornado reflexo, e como todos os reflexos, além da reflexão, instintivo. Desenterramos exemplo, 3 anos antes deste último, mesma mecânica: repetição para sentido, quebra para sentido (*) De 2015, senhores. O criador d0S POSITVOS repudia veemente qualquer artwork com mais de um par de semanas..., mas! out 2015.

mas! out 2015

Nesta BD o sentido da leitura resulta das variações na repetição. Fim. Mas porque hey: OS POSITIVOS, há que complicar ™, estabelecido o primeiro sentido flutuámos aos sentidos extra pela diferença. Tripla ironia, nestes ...P usámos exactamente a mesma repetição, três anos mais tarde: par de duas personagens separadas da terceira, à vez. Nos três casos, o tema de cada história depende dos afazeres do personagem isolado, todos particulares às suas personalidades, terminando com a reunião do grupo: no ...P#12, X e M esperam por V, à parte; no ...P#13, V e M esperam por X, à parte; no último ...P#14 M, à parte, junta-se a X e V que esperam por ele. E como no exemplo atrás, estabelecido padrão, fomos mais longe quebrando-o e explicitamente acrescentando no último instante a diferença: conduzem em direção a um glorioso Sol de fim-de-capítulo ao invés do habitual final aberto. Em parte, foi também esse final que nos colocou uma pedra na série até hoje, embora então não o soubéssemos e cumprisse outro objectivo.

Fora as várias & pequenas insinuações ao longo destas e outra BDs, não nos é indiferente ao prazer da companhia destes nossos amiguinhos o método de improvisação e escrita automática com que nos embrenhamos neles, e os deixamos seguir o seu caminho com o mínimo de interferência ou mudanças de trajecto guinadas à força. Não fazemos segredo que OS POSITIVOS funcionam em diferentes direções, uma estranheza que tentamos equilibrar dando aos leitores alguma coisa que os entretenha, embora sejam fundamentalmente um processo em partes variáveis entre o intencional e a descoberta. Ie, mesmo sem leitores, continuaria a haver P+ pela viagem. Que ninguém se sinta culpado por incentivar este espaço, ele persistirá mesmo depois de insultarmos todos os cómicos, chutarmos todos os punx, magoarmos todos aqueles de quem gostamos. Já da interpretação destas histórias, screw u guys & gals.

pray brodas