OS POSITIVOS

incomuns como nós

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{ não dizemos "populistas como nós": não somos populares }

Editorial do Público 26 jan 2021, rant contra os políticos que recusam prioridade de vacinas a políticos: eterna variação do establishment vs populistas.

Um dos piores defeitos de certos políticos é dizerem apenas aquilo que o seu eleitorado quer que digam.
in "Os novos mártires da Pátria | Editorial" 26 jan 2021

Réplica nossa: não seria das suas maiores virtudes? Entre os piores defeitos apontamos o não dizerem aquilo que o seu eleitorado quer que digam, quase tão mauzinho como não fazerem aquilo que o seu eleitorado quer que façam. Afinal: representam-nos, ou cabe-nos alinhar e anuir? Somos adultos, fazemos escolhas, há consequências, it's on us. Em dúvida, referendem.

Devidamente esmiuçado, defende-se uma hierarquia de pessoas por importâncias numa escala de valores que não é a nossa. Fazemos caso:

Os deputados que recusam a vacina lá receberão aplauso de uma cada vez mais vasta franja da população empenhada em dizer mal da política; mas conseguem-no à custa do deslustrar do seu estatuto e da degradação da sua missão.
in "Os novos mártires da Pátria | Editorial" 26 jan 2021

Aplaudimos ninguém, não é do nosso feitio, mas não somos dogmáticos e reconheceremos os que prestigiarem a política conseguindo uma relação evidente entre eleições e consequências, uma realidade tão estranha que é tranquilo começar editoriais em jornais de grande circulação acusando quem as espera de ingenuidade e de populismo quem as exige.

De ingénuos e outras prioridades: vão a eleições para avançar as vossas causas, ou estão a jogo indiferentes a resultados apenas pela medalha de participação?

Full disclosure: não votamos.
Fun fact: alguns foram votar, não mudaram nada, mesmo presidente. Viver e aprender, hem...?

Fechando editorial e o "defender o estatuto dos políticos, o papel que lhes cabe como principais responsáveis pela condução dos destinos de um país aflito", "estatuto de superior dignidade e importância, logo merecedor de especiais protecções", justificando que "devem estar na linha da frente das prioridades da vacina" vs uns "candidatos com súplicas de mártir a admitir a sua insignificância para merecerem tal distinção" e o "populismo, sempre a salivar pela degradação da democracia". Olha o populista:

combater a ascenção nazi

Afinal, cidadãos comuns, todos nós, da boca do nosso primeiro 26 jan 2021 — está no nome, senhores —, mesmo se com a devida gravidade institucional que um exército em background confere. Contrastes do dizer e fazer? Nessa linha esperamos o próximo editorial, onde se defendem prioridades aos jornalistas pela sua importância na salvaguarda da liberdade de informação do povo e exigências de responsabilidade aos nossos governantes. Não nos entendam mal: cremos nesse papel, em teoria. Como, em teoria, que os nossos governantes podem governar em representação dos governados. Mas... teorias. Em teoria o comunismo parece uma boa ideia. Em teoria, o capitalismo parece lógico. É a prática que é foda, e ingenuidade é não reconhecer a diferença.

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