OS POSITIVOS

faz-me pensar

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« Diversity is as good for the web as it is for society. And it starts with us. »

"fortunately"

A fechar as nossas pequenas rants na entrada da silly season registamos a entrada mais (minimamente) techie do ano que ninguém quer ler quando as férias estão já ao virar da esquina — OS POSITIVOS: queres fácil lê patinhas. Parecerá que não mas continuamos nas mesmas encruzilhadas de sempre, e pelo final voltamos à BD com uma curta-para-o-longo do Scott McCloud já relegada do caixote do lixo da História a merecer reavivar no cânone de todas as coisas BD-ó-web. Aos punx também qualquer coisinha para se sentirem felizes na sua miséria: é tudo politics, senhores, e estaremos sempre do lado errado, o vosso.


I


Decalcamos o título do primeiro artigo de hoje, o "Make me think!" 28 jan 2018, e esse um decalque de um dos livros introdutórios/obrigatórios (*) Dissemos introdutórios: depois começam do "Design of Everyday Things" do Donald Norman e é sempre a subir. em webdesign que nós proprios insistíamos na bibliografia das cadeiras desse ramo: "Dont Make Me Think" do Steve Krug. Ideia chave: simplificar ao ponto de ser intuitivo. Vários anos volvidos e muitas revoluções tecnológicas à frente, o twist que hoje destacamos — com ilustrações de Ralph Ammer. Segue-se o 1+2+3:

i) From complicated to simple: Until recently everyday objects were shaped by their technology. Designers and engineers simply burdened the users with this increase in complexity. Fortunately, UX (User eXperience) designers have found ways to design beautiful interfaces that are easy to use.
in "Make me think!" 28 jan 2018

ii) From simple to too simple: And easy sells well. Thus more and more products are based on the promise to make our lives easier by using increasingly complex technologies with ever simpler interfaces. But we don’t see — let alone understand — what is going on behind the scenes, behind the simple appearance. We are kept in the dark.
in "Make me think!" 28 jan 2018

O artigo — curto, brilhantemente animado, e antecedido / precedido de outros artigos que interessarão a quem prefere as belas artes à tecnologia — conclui com o caso pela complexidade e os perigos do excesso de simplificação:

And there lies a problem.

iii) Should the technology grow — or the person using it? Highly sophisticated systems work flawlessly, as long as things go as expected. When a problem occurs which hasn’t been anticipated by the designers, those systems are prone to fail. A chronic dependance on a combination of electronics, artificial intelligence and a high speed internet connection for the simplest tasks [...] makes our lives more complicated, especially when we don’t understand what is going on behind the deceptively simple interface.
in "Make me think!" 28 jan 2018


II


Porque ficámos do estado da arte digital, web-edition, é desta que fazemos exemplo. Seguimos do History of the Web com o "The Browser Engine That Could" 7 jul 2020 e a diversidade de browsers.

Com tantas escolhas para todas as preferências é fácil despachar os navegadores por adquiridos e ignorar que são uma das camadas mais fundamentais da web como a conheces. Sem eles, sobram-te apps proprietárias cujas condições e conteúdos são ditados por terceiros ou uma internet como troca de dados, mas poucos quererão voltar ao fax depois dum smartphone. O browser é a última janela aberta a um mundo onde ainda é possível encontrar pequenos vislumbres de realidades não mediadas por corporações ou estados — apesar de, obviamente, estes agora a dominarem esmagadoramente e apenas com muita intenção os conseguirás eludir. Mas se o browser de dá opções, mesmo essas são determinadas por terceiros — recordamos, por exemplo, quando o Chrome "entreteu a ideia" de remover a barra de endereços como possibilidade de navegação... 12 jun 2020 —, e independentemente do flavor da tua escolha, por baixo do capot já só restam dois (três se forem picuinhas) motores a jogo: Blink/Webkit (Safari, Chrome, Microsoft, browsers manhosos de sistemas operativos e apps manhosas) e Gecko (do Firefox). Simplificando: demasiada simplificação.

Para uma intro ao historial dos browsers sugerimos começar pelo PPK e seguir ligações ou, claro, os nossos comentários anteriores.

After that, browser engines started disappearing.

At this point, the web had become more advanced than anyone had ever imagined. With the web platform expanding, and the web standards solidifying, the complexity of rendering a website onto a page is has exponentially grown. Which brings us right back around to browser diversity. If the Blink and Webkit community decided that they wanted to take the web in a certain direction, they absolutely have the power to do so. That’s true right now, even with Gecko still holding on.
in "The Browser Engine That Could" 7 jul 2020

E neste ponto citam o Zeldman — que também já antes havíamos chamado à baila aqui e aqui e cujo mantra continua a decorar uma das paredes do nosso office — e nunca nos importamos de lhe dar eco. Ao caso:

When one company decides which ideas are worth supporting and which aren’t, which access problems matter and which don’t, it stifles innovation, crushes competition, and opens the door to excluding people from digital experiences.
in "The Browser Engine That Could" 7 jul 2020 citando o Jeffrey Z. in "Browser diversity starts with us." 7 dez 2018


III


"good job"

McCloud. Talvez o primeiro a cruzar BD et webs em propostas teóricas apontadas ao futuro do formato, e não é sem o seu valor arqueológico e uns pós de ironia que o recuperamos no âmbito de quase monopólio dos browsers via Chrome: esquecemos-mos, mas ele criou esta BD para a apresentação oficial do dito e poucas outras peças cumprem este cruzamento dos dois universos com tamanha pompa. A BD aqui ligada ("Look under the hood of Google Chrome in this comics interpretation of key engineering decisions with art by Scott McCloud") cumpre esses dois propósitos: o optimismo que lhe conhecemos, a comparação do proposto e discrepância da evolução tomada. Não é uma leitura a clamar shots de adrenalina, mas um belíssimo artefacto a reler à luz presente. E fun, termina com juras de amor aos dois motores que matou no caminho:

"chanllenge them"

reverso