OS POSITIVOS

outra iniciativa inédita

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Ainda-ainda aqui. Hoje, "Directores de 20 jornais e revistas juntam-se em apelo contra a pirataria" 2 abr 2020. Kudos por terem a decência de deixar a paywall caída à pandemia, mas apenas uma decisão batida saída do manual, como é a de nunca deixar passar uma boa crise.

O aumento da procura de informação registado pelos portugueses nas últimas semanas tem provocado a proliferação de edições piratas de jornais e revistas. Numa clara violação da lei dos direitos de autor, esta divulgação feita por email ou, principalmente, através da rede social WhatsApp é um atentado grave contra o trabalho dos jornalistas e contra a sustentabilidade das empresas de comunicação social.
in “Directores de 20 jornais e revistas juntam-se em apelo contra a pirataria” 2 abr 2020

Não se segue mais um rant à imprensa que temos vs a que gostámos de ter, só um notar à possibilidade de uma outra iniciativa inédita a poder ter lugar aqui. Não querem ser lidos? Numa altura que as fakes saltitam de conta em conta acham mal que se partilhem as fontes originais? Shit, o NYT — sabemos, outros $$$... — oferece todo um “Free E-Book: Answers to Your Coronavirus Questions” para download em qualquer plataforma que possam imaginar em epub / pdf / yadda. E porque o faz? Porque vê nessa partilha “another venue for the expansion of the Times brand” 2 abr 2020. Mas PÚBLICO, Jornal de Notícias / Diário de Notícias, Expresso, Visão, Correio da Manhã, Courrier...? Porra ao branding: converte. Na crise que lhes poderia dar razão de ser, preferem não ter eyeballs. Recordando então a imprensa que temos.

¼ agenda do dia papagueada do press release oficial, zero investigação ou contraditório aqui, só o “A disse X, Y disse Z, e como jornalistas somos incapazes de descobrir quem tem razão”, ¼ recados políticos entre políticos, e eles levam-se a sério porque não sabem que nós não, e finalmente o grosso das peças diárias, puffpieces de “ajudamos-te a descobrir o que deves sentir a propósito de...”, tão mazinhas que até preferíamos o mais descarado mas menos ofensivo à inteligência “isto é o que queremos que penses sobre”.

...e exercício rápido: duas colunas, 1) numa tudo o que aprendeste nestes últimos dias apenas do telejornal (e neste exemplo não fazemos dos noticiários um paradigma do jornalismo, mas o baixar da barra o mais rente que podemos) e 2) o que aprendeste dos jornais que a) tenha evidência na realidade e não apenas suposição de algo que não aconteceu b) não caia na categoria “feelings... nothin’ but feelings” ? Se não encontras grande diferença, diz aos Directores que voltem quando tiverem alguma coisa worth a damn. Fuck’em.

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