OS POSITIVOS

shop talk

hum... esta página é antiga (2019): lê o disclaimer ou procura outra mais recente
foto-de-desenho-reproduzido-em-livro-online-num-monitor: crazy right?

Continuamos o falling-off em comics mas podem meter esta a início de depressão: tivemos um bom runanos já? — mas os humores estão a voltar e contamos com vocês para fechar história em bootleg homenagem aos P+ com colaborações diversas, subtítulo “aquelas bds que nunca li mas estavam sempre a chatear: uma influência”. Desejamos só que sejam minimamente ciosos de quem escreve o prefácio. E todas as páginas depois desse.

Anyhoos,

Em processo de desmame (vide: “Beja, whatever”) e Feira do Livro desçubida vezes várias (inventámos! pontos?), terminamos rondas na nossa loja de BD habitual, porque, hábitos, e sem surpresa, nenhuma surpresa que nos anime — o problema somos nós, não a penúria dos títulos que falham em entusiasmar-nos. Trouxemos um “The Cult of Ibis” de Daria Tessler, misto uma pela chatice e uma de goin’ through the motions.

E foi nesse distanciamento de quem tem tão pouco investido à cena que notámos fauna sobre flora de tal habitat. Não podemos atribuir à amostra nenhum corolário além do instantâneo registado mas nessa manhã tropeçámos num clube do bolinha.

Em sucessão contamos dois late teens a levantar respectivas encomendas — “young adults” um wishful thinking às aptidões adquiridas, perfeitamente akaward em todo o seu esplendor de incompetências sociais e interação humana. Ou talvez apenas a vergonha de quem sabe que gosta dos seus heróis em spandex mas não sabe que naquele espaço fazem dessas predileções todo um modelo de negócio. Admiramos a experiência do staff para domar potros tão selvagens e bate-nos o longo historial que terão: shiiit, teríamos nós consciência do zero em comportamento que fizemos por merecer na sua idade? Cof-cof, ou agora?

À parada de bichos tímidos, parcos de palavras mas ferreamente determinados na diligência com que picam as suas listas e visivelmente atrapalhados por qualquer desvio ou pergunta inesperada — felizmente não se vê gaijas em lado algum, o embaraço poderia ser explosivo —, contrasta em ruído de fundo o à-vontade de um grupo mais desenvolto do qual em viva voz acompanhamos — não que queiramos... — minúcias de plataformas de encomendas e logísticas associadas, por um “dos três Freitas da banda desenhada que não se curtem”—ou algo assim, parece que é um sayin’, mas só conseguimos relacionar os dois ausentes — que explica os ropes do trade ao júnior que se voluntariou a carregar caixotes.

Em plena sonolência quasistêncial (palavra nossa... vão dois), descobrimo-nos encurralados naquele inferno: a caixa monopolizada por um fanboy a quem ocorre rever as variações de capa ou números em falta de infinitas coleções paralelas, em background o grupinho do fundo ameaça debate filosófico em Batman anos noventa mas desvia-se repentinamente à discussão da qualidade das legendagens ‘tugas actuais vs. volume das edições. Lá de fora a moto grita-nos “let’s ride u fool – choose life!” e a nossa resolução ter-nos-á denunciado porque puxam-nos o livro da mão e somos passados à frente na fila. Carote, €37,49 por umas duzentas páginas que se leem como vinte, mas por essa altura teríamos pago qualquer resgate: sair o prémio, o livro um bónus.

Talvez porque a experiência foi desabitual, talvez porque passados tantos anos continuamos criaturas tão determinados como os teens atrás, talvez porque fartos à exaustão de insides ao business, talvez apenas porque já são demasiadas repetições sem desenterrar nada que nos surpreenda arrebatadoramente, mas — e kudos à gerência por saberem ler o floor, julgo que também o perceberam — esta é  outra porta que vamos fechar por uns tempos. Aquilo dos hábitos: queremos novas rotinas, as velhas ameaçam regressar.

velhos regressos